quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Paraíba sofre com falta de UTIs em 218 municípios; Teixeira e Patos estão na lista

“Eu estou morando nesta UTI há 5 meses. O Natal da família está sendo aqui”. Esta frase, que resume o drama da dona de casa Liliane Cristina de Lima Batista, que acompanha a filha de 1 ano e 2 meses, internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Trauma de Campina Grande, distante 74,5 km de sua cidade de origem, Santa Cecília, Agreste, reflete uma dura realidade da Paraíba: a falta de leitos de UTI.

A maioria deles se concentra nas cinco grandes cidades (João Pessoa, Campina Grande, Patos, Cajazeiras e Santa Rita) e a população dos pequenos municípios tem que percorrer grandes distâncias para conseguir uma vaga, em muitos casos, quando já é tarde demais.

Segundo dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), 218 municípios paraibanos não possuem hospitais com Unidades de Terapia Intensiva. São 490 leitos de UTI credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, 36 a mais do que a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Entretanto, a concentração das unidades em apenas cinco cidades dificulta o acesso da população e gera superlotação e formação de filas de espera por uma vaga para tratamento de terapia intensiva.

Conforme o diretor de regulação do Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB), Eurípedes Mendonça, a norma do MS não é seguida totalmente. “A norma do MS preconiza que cada hospital que tiver 100 leitos tem que ter pelo menos uma UTI funcionando com 6% do total de leitos.

Entretanto, vários hospitais de grande porte na Paraíba não seguem esta determinação, como a maternidade Elpídio de Almeida, o Isea de Campina Grande que não tem UTI materna, mesmo atendendo casos de alto risco e sendo de grande porte.O Regional de Patos, que tem aproximadamente 160 leitos, teria que ter no mínimo 12 leitos, mas só possui seis”, exemplificou.
JornaldaParaíba

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