Apesar da queda da desigualdade na última década, o Brasil ainda é um país partido. Das 500 maiores notas do IFDM, 90,8% são das regiões Sul e Sudeste. Na outra ponta, nas 500 pontuações mais baixas, 96,4% se concentram no Norte e no Nordeste.
— O desafio para esta nova década é levar o desenvolvimento para os extremos do Norte e para o interior do Nordeste. No Norte, a região mais atrasada do país, apenas dois dos 449 municípios têm alto desenvolvimento. Já, no Nordeste, 67% das cidades têm desenvolvimento regular ou baixo — disse Guilherme Mercês, da Firjan, acrescentando que o Norte se destoa das demais regiões. — A evolução, ao longo da década, foi muito lenta, corroborando desigualdades.
Segundo Tatiane Menezes, professora da Universidade Federal de Pernambuco, programas de transferência de renda reduziram a miséria, mas não resolveram a questão das desigualdades. — No Nordeste, em 2002, viviam 60% dos pobres. Em 2010, isso caiu para 50%. Houve ganho de renda, certamente, mas há ainda um longo caminho a ser percorrido. É preciso investir mais em educação, que é o que dá acesso a melhores empregos, melhores condições de vida — explicou a professora.
O Globo
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