Um trabalhador chega em casa no fim da tarde, exausto. Procura, como que por instinto, um meio de comunicação onde possa ver as principais notícias do dia e obter lazer e informação de forma gratuita e rápida. Vai até um local a parte e se debruça imediatamente diante da tela do computador. É provável que você já tenha visto ou imaginado esta cena inúmeras vezes, mas ao invés de um computador, o aparelho usado para suprir as necessidades de informação e lazer é a televisão. Mas será que, em um futuro próximo, a Internet irá substituir de uma vez por todas a televisão? Esta com certeza é uma das maiores indagações de nossos tempos.
Como adeptos de um sistema capitalista e consumista, estamos destinados sempre a procurar pelas principais novidades do mercado e da tecnologia. No caso das telecomunicações, isto é visto quase como uma necessidade. Desde os tempos mais remotos, que o ser humanos procura de diferentes formas se comunicar. Não só como uma forma de obter informações, mas também uma base para o convívio social entre todos nós. Passamos por tempos em que a simples comunicação oral era o bastante para interagir com povos distantes. Não tardou para que as cartas entrassem nesse contexto, de início levadas por carteiros e com as grandes navegações por navios. Estamos falando de comunicação individual. No caso das mídias de massa, podemos afirmar que é uma questão mais recente.
Há pouco mais de cem anos, durante a Segunda Revolução Industrial, foi criado um revolucionário meio de comunicação de massa: o rádio. Quando foi criado o primeiro transmissor de rádio, por Guglielmo Marconi, em 1896, um gigantesco avanço nas telecomunicações teve início. Por meio de radioemissões era possível transmitir qualquer tipo de informação por meio de correio de voz em questão de minutos, graças a ondas transmitidas em pequenas partículas na estratosfera. A repercussão na época, é claro, foi gigantesca. Do mesmo modo que a invenção de meios de comunicação posteriores, como a Internet, gerou grande fascínio pela possibilidade de uma comunicação mais rápida, também as pessoas daquela época se espantaram com aquela invenção "futurista". Nas décadas de 30 e 40, o rádio evoluiu para a televisão. Nos anos 50, a TV já fazia parte do cotidiano de milhões de pessoas. Era possível a transmissão, ao vivo, de programas, noticiários e telenovelas que podiam ser vistos e ouvidos. Em 1970, foi criada a transmissão via-satélite. Era o auge das telecomunicações na época. Todos acreditavam ser impossível que um meio de comunicação mais rápido, moderno e eficaz pudesse ser criado. Estavam enganados.
Nos anos 90, houve a explosão da Internet. O computador já existia, é verdade, mas era usado apenas para armazenamento e cálculo de dados. A Internet apenas deu um uso bem maior e diversificado para um aparelho que já existia. Especula-se, ainda hoje, quem teria sido o criador Internet e embora não haja um consenso, a maioria considera que o inventor da World Wide Web, Tim Berners-Lee foi responsável pela criação do mais moderno meio de comunicação de todos os tempos. A World Wide Web, que compõe o famoso código WWW, foi criado em fins de 1989 pelo técnico da CERN, a agência européia de tecnologia, Berners-Lee, cuja invenção, fundida com uma série de projetos posteriores feitos pelos americanos, deu origem a Internet. Mas, não nos importa quem inventou e sim o futuro desta tecnologia.
Assim que surgiu, a Internet causou um imenso fascínio, tão grande quanto o que as outras invenções anteriores causaram. Em questão de segundos, uma informação pode ser transmitida de um lado a outro do planeta. Mensageiros instantâneos e os famosos e-mails são capazes de enviar rápido e gratuitamente nossas mensagens para pessoas distantes. Sites e blogs transmitem as notícias em tempo real e nos deixam a par de tudo que acontece a nossa volta. Mas, será que a Internet já é indispensável nas nossas vidas, mais ainda que a televisão? Vejamos alguns exemplos.
No período compreendido entre 2010 e 2012, o mundo vivenciou uma série de revoluções democráticas no Oriente Médio, que entraram para a história com a Primavera Árabe. Dezenas de ditadores foram derrubados em seus respectivos países, graças a mobilização da população. Bem, até ai parece uma onda revolucionária como muitas outras que já aconteceram, não fosse algo que a diferencia: a utilização de meios de comunicação modernos. Para começar, todo o processo das revoltas foram acompanhadas ao vivo, pela TV, para milhões de telespectadores espalhados por todo o mundo. Mais o principal, foi a Internet. Graças as redes sociais, os revolucionários puderam marcar reuniões via-internet com milhares de pessoas, que se reunião nos locais marcados para os protestos. Por meio do Facebook, por exemplo, utilizando do serviço de criação de eventos, manifestantes marcaram os grandes protestos da Praça Tahi, no Egito, que deporam o ditador Hosni Mubarak. Além desses exemplos, a Internet vem se tornando cada vez mais indispensável, principalmente para os estudantes, de modo que é o principal meio de informação e necessário para a inscrição em cursos de diversas áreas.
Voltando a questão da substituição da TV pela Internet, a maioria ainda acredita que as possibilidades sejam mínimas. Porém, é bem provável que a longo prazo a Internet venha ser universal e, talvez, gratuita. Tudo caminha para isso. Primeiro, pesquisas mostram que a maioria das crianças, adolescentes e jovens já prefere a rede mais que a televisão. E, apesar de não ser gratuita, é possível o acesso fácil e barato em Lan Houses. Vários governos também já tem projetos para a criação de uma banda larga grátis e acessível para toda a população. Mas, nada disso indica que a televisão venha a ser "deixada de lado" como o que aconteceu com o rádio. Especialistas acreditam que a TV vem passando por uma renovação nos últimos tempos, mas vem sim perdendo espaço para a Internet. O que se pode concluir é que, mesmo com o avanço da Internet, a televisão deve continuar se modernizando como uma mídia paralela. Além disso, quem garante que não venha a ser inventado em um futuro distantes, um meio de comunicação mais moderno que a Internet? Afinal, os meios mudam, mas o fascínio do ser humano pelo novo e o moderno é sempre o mesmo.
Texto: Daniel Rodas
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