segunda-feira, 13 de maio de 2013

Apesar de chuvas, estiagem continua a castigar interior da Paraíba


“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Foi com essa frase que Euclides da Cunha classificou o homem do campo quando escreveu a obra “Os Sertões”, em 1902. Mais de um século depois, o sertanejo continua forte na luta pela sobrevivência diante da seca que assola a Região Nordeste desde o ano passado e deixa marcas de destruição por onde passa. O cenário desolador da estiagem na Paraíba será mostrado a partir de hoje em uma série de reportagens.

Para conhecer de perto as consequências da estiagem no interior do Estado, o JORNAL DA PARAÍBA percorreu 1,5 mil quilômetros e visitou oito cidades no Sertão e no Cariri durante três dias. Em cada lugar foi possível encontrar histórias emocionantes de paraibanos que perderam tudo o que foi construído ao longo da vida por conta da falta de chuvas. São histórias que misturam dor e sofrimento, mas que ao mesmo tempo revelam a bravura do homem do campo. Nessa luta desigual, o sertanejo perde tudo, menos a esperança de dias melhores.

A estiagem no Semiárido secou barragens, açudes e rios, acabou com lavouras e matou o rebanho. Para o homem do campo, pouco restou diante dessa realidade. A Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa) estima que já houve redução de 50% do rebanho, levando em conta as mortes e a venda precoce dos animais. A falta de crédito para recuperação e manutenção, segundo a Faepa, agrava ainda mais a situação.Em Patos, moradores do sítio Retiro também foram castigados pela seca e tiveram que tomar a água suja do açude Jatobá. Esse problema se repete em outras cidades da Paraíba, onde a população clama por providências e padece diante da estiagem.
Jornal da Paraíba

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